
O doador desconhecido ❤️ _Capítulo 03 "Quando eu a vi pela primeira vez".
- Tatiene Ferreira rocha
- 29 de nov. de 2024
- 5 min de leitura
*Relatos de LUKE MORROW*

Manhã de segunda-feira outra vez ,e a faculdade estava um tédio pra mim .
Entediado eu me levantei da cadeira e mandei uma mensagem para o meu amigo Hugo , que me olhava com cara de quem não estava nem aí para o nosso professor, que tínhamos que aturar três vezes por semana.
" Vamos sair daqui . " Eu disse pra Hugo .
Ele me respondeu na hora :
Hugo : Vamos sim , cara !
Dei uma risada na sala , todos se viraram pra mim com um ponto de interrogação no rosto . Disfarçadamente eu saí de fininho junto com Hugo mesmo sabendo que o professor iria ligar pro meu pai , como das outras vezes. Mas eu nem me importava mais .
Entramos no carro dele e saímos de lá, coloquei uma música e aumentei o volume.Hugo ligou o carro e saiu com uma alta velocidade, eu pedi pra ele ir devagar mas ele não me ouviu .
Hugo : Relaxa cara . Você precisa parar de querer ser sempre certinho !
Dei de ombros e curti a música.
Daí ele começou a acelerar mais ainda e de repente buuuuuuuh .....!!!
Batemos em uma árvore que até o momento não tínhamos visto ela bem ali na nossa frente. Eu não fiquei machucado, mas o Hugo ficou preso no volante, na verdade o braço dele ficou preso .
Eu puxei ele de lá e ele começou a reclamar de dor .
Hugo : Meu braço tá doendo muito , Luke , me ajuda ...!
Olhei para o braço dele e estava sangrando por bater na árvore antes de ficar preso no volante, eu ajudei ele a ficar sentado e disse :
" Aguenta firme , vou te levar pro hospital."
Entrei no carro, dei a ré e saí de cima da árvore com a frente do carro toda amassada . Hugo me olhou balançando a cabeça com negatividade e murmurou :
HUGO: Meu pai vai me matar , eu sei disso ...ai...meu braço..o quê que eu fiz ,droga !
" Eu disse pra você ir devagar"-Reclamei pra ele .
Ele me olhou franzindo a testa. Dirigi até o hospital e ajudei Hugo a sair com carro , chegamos na recepção e eu falei com uma moça de cabelos pretos e olhos negros , ela grudou os olhos em mim que me deixou sem graça diante de Hugo .

Não dei muita atenção pra ela , e continuei mantendo minha postura de amigo preocupado e falei :
" Oi , por favor , o meu amigo precisa de um médico!"
Mal terminei de falar e ela disse que iria levá-lo para ser atendido. Eu agradeci e fui com Hugo , logo atrás dela .
Hugo entrou sozinho na sala , e a moça pegou no meu braço, dei uma olhada pra ela levantando uma das sobrancelhas e bem devagar fui puxando o meu braço de volta ...
"Que mulher estranha ! " Eu pensei .Do nada sai pegando o braço dos outros . Ela então olhou pra mim com cara de boba e falou :
MOÇA: Quero apenas tomar um café com você!
Caramba, tudo aquilo pra tomar um café!
Ela era até bonita , mas de verdade, eu não queria ninguém.
Ela se aproximou de mim apertando meus músculos s com força...resolvi inventar algo para ela me deixar em paz. Eu disse :
" Minha namorada está me esperando, desculpe ! "
Surpresa, ela me lançou um olhar mudando de semblante e soltou o meu braço.
Eu então saí andando devagar pelo corredor , ainda inventei de olhar pra trás e lá estava ela olhando pra mim. Sem graça eu continuei andando...
Passei por alguns corredores do hospital, apenas disfarçando para ela sair do meu pé. Olhei para os quartos do hospital, vi várias pessoas em diversas situações, caminhei mais um pouco e vi um quarto mais na frente, a porta estava aberta...
Vi várias flores lá dentro , havia rosas brancas, vermelhas e algumas jasmins _ Sabia disso , porque Lucy amava flores, eu chegava a enjoar as vezes s dos cheiros das flores que ela levava pra casa .
Resolvi chegar mais perto ...e vi quando uma enfermeira entrou lá e aplicou uma medicação em uma moça ... Quis ver aquela moça mais de perto , e assim que ela saiu eu fui entrando bem devagar no quarto ...
Olhei para ela e fiquei encantado !

Ela era linda! Seus cabelos eram longos e loiros , não sabia ao certo se seus olhos eram azuis ou verdes , ela parecia sonolenta, talvez por conta do remédio _Eu pensei . mas ainda tentou se levantar para saber quem era aquele que a observava ,ela tentou fixar os olhos em mim , mas de repente apagou ...
Eu fiquei ali imóvel, paralisado diante de tanta perfeição.
Lembro de pegar nas mãos dela , cheias de aparelhos , e colocar no meu peito que estava disparado .
Eu então toquei em seu rosto , a pele dela era macia e delicada ...
Cheguei mais perto e cheirei os cabelos dela , senti aquele perfume tão bom ,como de uma flor de jasmim ...
Fiquei encantado por ela , pois ela havia acabado de me conquistar , sem ter falado uma única palavra.
Fiquei lá observando ela dormir, parecia uma boneca , seus lábios eram rosa e seus cabelos ondulados iam até o quadril .
Era tão pequenininha, tão linda e meiga ...
Meu coração não aguentou , fiquei como um bobo olhando ela dormir . Levei um susto quando de repente o doutor entrou no quarto , me perguntou:
Doutor: Quem é você, é da família?
"Não, senhor !" Eu respondi com cara de bobo . É que eu estava passando e ...
Ele completou a frase:
Doutor: É, ela é realmente encantadora! Eu entendo o motivo de estar aqui .
Se eu não estou enganado , acho que vi uma baba caindo da boca do doutor .
Que ousado ! Eu pensei . Falando assim da minha bonequinha bem na minha frente.
Eu recompuz os meus pensamentos e perguntei a ele , qual a doença dela . Ele falou que ela precisava urgentemente de um transplante de rim , senão podia até entrar em óbito. Quando eu ouvi aquela palavra "óbito" meu coração disparou e desejei com todas as minhas forças e com todo aquele sentimento que queimava dentro do meu peito , que eu fosse compatível.
Não podia deixá-la morrer. desde aquele momento era como se ela pertencesse a mim .
Apressado eu falei pro doutor:
" Quero ser o Doador !".
Rapidamente ele me olhou com um brilho nos olhos e perguntou se eu tinha certeza. Eu respondi que sim , e que já estava pronto para o exame de compatibilidade.
Ele tocou no meu ombro e disse que se tudo desse certo , eu estaria trazendo de volta o sorriso de duas lindas mulheres.
Me senti útil naquele momento, o que raramente acontecia em minha vida!
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